Ontem vi um pouco do programa "Prós e Contras" da RTP. Era sobre o tema da actualidade. Escola vs telemóveis, ou professores vs. alunos, ou qualquer coisa do estilo.
Não vi tudo, mas deu para ouvir muitas asneiras, algumas verdades à
La Palice, e meia dúzia de coisas que colocam o dedo na(s) ferida(s).
Houve uma professora de matemática, cujo nome e escola não me recordo, que muito bem apontou muitas das fragilidades do sistema, como por exemplo os regulamentos que mudam com as marés, o trabalho dos governos para as estatísticas, o sacudir de responsabilidades pelos governos, etc.
Mas em relação ao caso recente com o telemóvel, um aluno que falou disse tudo. O respeito que os alunos têm por um professor depende apenas e só do professor em causa. É assim agora, era assim quando eu era adolescente, e era assim quando os meus pais eram adolescentes. É normal, ou pelo menos comum, que os adolescentes tenham a sua dose de rebeldia, e abusem tanto quanto os deixem abusar. Um professor que contenha uma turma de início, fazendo ver quem manda, tem os alunos do seu lado. Um professor que de início não se coloque no seu lugar e imponha respeito e limites aos alunos, será um professor que não será mais respeitado. É assim, era assim, e será assim. Independentemente de atenuantes ou agravantes que haja num determinado momento.
Mas há quem ponha a questão nos telemóveis. Que não se deve poder levar para as aulas e por aí fora. Ridículo e dispensável. Aquela disputa teria acontecido quer fosse um telemóvel, ou um bilhetinho, ou seja o que fôr, em menor ou maior dose. É uma questão de forma e não de conteúdo. Dispensável porque se cada um de nós sabe que tem de desligar ou colocar em silêncio o telemóvel numa reunião, no cinema ou outras situações, obviamente a regra para os alunos será colocar o telemóvel em silêncio e não o usar para SMS's, ou brincadeiras. E terá de ser o professor a impôr essas regras, sanções, e a zelar pelo bom funcionamento da aula, seja um telemóvel, ou qualquer outra coisa.
Se dar aulas a adolescentes rebeldes não é vocação como no caso daquela professora, que se dedique a explicações, a outro tipo de ensino, ou mude de profissão. Os maus professores ofuscam os bons. O que também se aplica a outras áreas.